Contribuinte que deseja investir em previdência privada deve estar atento aos tributos

24/05/2016 08:23

Para os contribuintes mais precavidos e que desejam estar preparados para possíveis diminuições de renda ao se aposentar, investir em uma previdência complementar (ou previdência privada) representa uma boa alternativa. Porém, aqueles que seguirem por esse caminho devem estar atentos aos tributos, já que, além de escolher entre o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), é preciso escolher ainda o regime de tributação incidente – que não pode ser alterado com o passar do tempo.

Essa escolha deve ser feita no momento de contratar o plano e, por conta disso, o contribuinte deve analisar qual regime será mais vantajoso na hora da dedução da declaração do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF).

Segundo o contador Adauto Miguel Fröhlich, pessoas que fazem declaração de IR completa, assalariados ou autônomos com imposto a pagar, devem dar preferência para o plano PGBL (uma vez que a pessoa conta com o benefício de dedução de 12%). Para os isentos de declaração, o regime VGBL – no qual a tributação incide apenas sobre o ganho – é mais vantajoso.

Busca por especialistas

Mesmo que o contribuinte estude com cuidado todos os prós e contras de cada plano, Fröhlich afirma que não há uma fórmula pronta para vender. Portanto, o mais seguro é buscar um contador que analise com propriedade cada caso, e que possa atuar como um consultor financeiro de seu cliente.

“Geralmente, oriento aqueles clientes que querem fazer a aplicação a me passarem os valores para, juntos, vermos pontos como o limite de dedução sobre o rendimento para que o investimento não ultrapasse esse valor”, explica.

Previdência privada em alta

O interesse do brasileiro por planos de previdência complementar pode ser comprovado por meio dos números. Um levantamento feito pela Brasilprev apontou que, entre dezembro de 2014 e dezembro de 2015, houve um aumento de 7% no número de contratação de planos. Além disso, o valor médio das contribuições mensais também apresentou um aumento de 17% no mesmo período: saiu de R$ 317,00 para R$ 373,00.

O mesmo estudo ainda mostrou que a maior parte dos contribuintes (63%) optou pela Tabela Regressiva do Imposto de Renda, indicando a intenção de permanecer por um tempo maior com o produto.

De acordo com Soraia Fidalgo, gerente de Inteligência e Gestão de Clientes da Brasilprev, “a base de planos e de clientes da companhia cresce constantemente, o que demonstra o interesse da população em utilizar os planos de previdência para acumular recursos de longo prazo e incentivar a disciplina”. O aumento do valor médio mensal, segundo a gerente, também demonstra uma preocupação em garantir a independência financeira

Já para Felipe Bottini, superintendente de produtos de previdência da Icatu Seguros, a criação da VGBL foi o principal fator para tornar a previdência complementar mais popular no país, e argumentou que o plano possibilitou que todos os brasileiros, independente de sua renda, tivessem acesso à previdência privada.

Ele ainda afirma que, mesmo após um ano de instabilidade política e financeira, 2015 contou com muito interesse do contribuinte por planos de previdência. “O ano de 2015 é bastante emblemático para ilustrar a resiliência e potencial da previdência complementar aberta no Brasil, pois, apesar da grave crise econômica que levou a uma queda do PIB brasileiro em 3,85%, as reservas cresceram 22%”.

Por fim, Bottini ainda destaca que, além da incidência de apenas um tributo (IR), “outro grande diferencial dos planos de previdência em relação à maioria dos fundos de investimento é a inexistência do imposto semestral come-cotas”.

 

Equipe: Blog Skill