Idosos apontam demora na restituição de IR
Apesar de terem prioridade, ao lado de deficientes físicos e portadores de doenças graves, no deposito da restituição do Imposto de Renda, alguns idosos têm relatado demora no recebimento de seus valores.
É o caso de Décio Gilaberte, bancário aposentado de 92 anos. Mesmo com a avançada idade, sua restituição não foi depositada nem no primeiro lote, quanto no segundo – que caiu no último dia 15 de julho para cerca de 1,5 milhão de brasileiros.
Em sete décadas, Gilaberte conta ser a primeira vez que passa por essa situação. “Há 70 anos declaro Imposto de Renda sem problemas. Este ano fiz minha declaração bem cedo”.
Segundo ele calcula, sua restituição esse ano ficaria em R$ 6.800, dinheiro que usaria para comprar medicamentos. “Será que estão forçando meu falecimento, pois preciso do dinheiro para pagar medicamentos”, questiona.
O aposentado, inclusive, conta que pediu à sua bisneta para verificar sua situação no site da Receita Federal, e constatou que sua declaração não está retida na malha fina.
Caso parecido vive José Maffei, de 96 anos. Ele conta que ainda aguarda a restituição dos valores correspondentes a declaração 2014/2015.
Casos pontuais
A Receita Federal, entretanto, afirma que se tratam de casos pontuais e que pessoas acima dos 60 anos seguem com prioridade no recebimento de seus valores. Ao todo, cerca de 3 milhões de contribuintes têm ao menos 60 anos.
Joaquim Adir, supervisor nacional de Imposto de Renda, explica que, para liberar a restituição de determinado contribuinte, são feitos cruzamento de dados e informações prestados por contribuintes e fornecedores. “Não podemos liberar o dinheiro apenas porque o contribuinte é idoso, mas mantemos os mecanismos para liberar os casos prioritários”, afirma. “Se o fornecedor informou o valor faturado junto àquele contribuinte, ao recebermos a informação na declaração dele, logo sai a restituição”, completa.
O órgão também tem intensificado sua fiscalização sobre serviços médicos, uma vez que as despesas com saúde são as que mais geram restituição. Com isso, médicos passaram a informar valores faturados nas declarações 2015/2016 e, no caso de isso não ser feito – ou feito de maneira incorreta – pode causar atraso na restituição de seus clientes.
Fonte: Blog Skill